enquadramento

Desde a sua criação em 1979, o Serviço Nacional de Saúde tem vindo a sofrer diversas reformas com o objetivo de acompanhar as necessidades da sociedade portuguesa e o contexto socioeconómico do país. O ano de 2010 assinala o início de um período impactado por políticas públicas de contenção orçamental. Este período, marcado pelo resgate económico-financeiro, motivou uma especial atenção da tutela na obtenção de eficiências através da rede de prestadores de cuidados, em grande parte assente numa diminuição da despesa do Estado com esta rubrica. Tais medidas limitaram a capacidade de liquidez de muitos hospitais, levando a que muitas destas instituições se encontrem num nível de esforço elevado para manter níveis adequados de prestação de serviços.

Em 2018, não obstante o crescimento económico do país (2,7% em 2017), o Serviço Nacional de Saúde apresentou um dos orçamentos mais baixos em percentagem do PIB dos últimos anos. Esta realidade contrasta com o que seria expectável tendo em conta as tendências de envelhecimento da população. Dada a quantidade e o tipo de cuidados a praticar e o custo com a tecnologia e inovação, a despesa da saúde será progressivamente maior e os cuidados a prestar mais complexos e onerosos.

É inegável que a solução ideal reside na reorganização da rede de prestação de cuidados que permita responder às necessidades dos cidadãos. É urgente repensar a organização do sistema de saúde português, com o foco a passar pelo modelo de financiamento enquanto instrumento mais poderoso na modelação do sistema de saúde.

3F – Financiamento, Fórmula para o Futuro é uma iniciativa que juntou vários especialistas com o mesmo objetivo: reconhecer os principais obstáculos que afetam o financiamento dos hospitais do Serviço Nacional de Saúde, identificar ineficiências na rede de prestação de cuidados e desenvolver possíveis soluções que permitam a melhoria e evolução do modelo de prestação de cuidados de saúde em Portugal.

Esta é uma iniciativa da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares, com o apoio da Roche e desenvolvimento IQVIA e que pretende tornar a saúde uma prioridade.