Estudo: Saúde é uma prioridade?

No âmbito do projeto 3F - Financiamento, Fórmula para o Futuro pretendeu-se auscultar a população portuguesa acerca do tema do financiamento em saúde.

Neste estudo pretendeu-se, concretamente, conhecer a opinião dos portugueses acerca de:

  • Importância e facilidade de acesso a cuidados médicos;

  • Utilização e avaliação de hospitais públicos e hospitais privados;

  • Modos de financiamento da saúde em Portugal;

  • Participação da sociedade.

 

Principais Conclusões

  • A Saúde é um bem extremamente valorizado pelos portugueses. Esta importância não tem, contudo, correspondência no tratamento percecionado desta área pelo Governo:

    • 3 em cada 4 portugueses consideram que a Saúde não é encarada como uma prioridade;

    • 7 em cada 10 consideram que o investimento em Saúde é insuficiente.

  • Os aspetos que os portugueses consideram mais carenciados e, portanto, merecedores de maior intervenção do Estado são a contratação de mais profissionais de saúde, e a modernização de equipamentos, instalações e tratamentos;

  • Apesar de identificarem estas carências, os portugueses demonstram ter um conhecimento rudimentar dos mecanismos de financiamento na Saúde, e mostram-se pouco disponíveis para suportar este maior investimento na saúde se para isso tiverem de aumentar os descontos que já fazem;

  • O SNS é algo penalizado pelos portugueses, com as principais queixas a relacionarem-se com os tempos de espera dos utentes para consultas ou cirurgias;

  • Esta visão menos positiva do SNS é mais expressiva quando é feita uma comparação com os hospitais privados. Estas instituições têm universalmente boa imagem, apesar de só aproximadamente 1 em cada 10 portugueses terem optado pelo privado na última ocasião que visitaram um hospital (a razão para a utilização não ser maior não tem, portanto, a ver com uma questão de imagem, mas sim e como admitem explicitamente, com o elevado custo de acesso – apenas 1 em cada 3 portugueses tem seguro de saúde e/ou pertence a um subsistema de saúde);

  • Os hospitais privados são sempre melhor avaliados que os hospitais públicos: nos atributos estudados, as instituições privadas levam sempre vantagem, contudo, esta diferença é maior precisamente nos pontos identificados como mais problemáticos no SNS, ou seja, nos tempos de espera;

  • Os portugueses consideram que são pouco ouvidos nas decisões relacionadas com a Saúde, com metade dos inquiridos a considerarem que a sociedade deveria ter um papel mais ativo, considerando interessantes as sugestões de conferir maior poder às associações de doentes, de tornar obrigatória a escuta de representantes da sociedade para certas decisões nesta área, ou de participar ou ser representado em consultas públicas sobre prioridades na área da Saúde.

  • Mesmo quando o foco é colocado no indivíduo, isto é, se cada português gostaria de, a título pessoal, ter um papel mais ativo nas decisões sobre Saúde, 29% mostraram-se disponíveis para participar nas tomadas de decisão.


Ficha Técnica:

Estudo realizado pela GfK Metris e suportado por uma metodologia quantitativa. Universo: constituído pelos indivíduos com 18 e mais anos, residentes em Portugal Continental. Amostra: constituída por 602 indivíduos, proporcional à população portuguesa. A margem de erro é de 3,9% para um intervalo de confiança de 95%. Ponderação: à posterior, os dados foram ponderados para o universo da população em estudo, 8.251 milhões de indivíduos. Selecção da Amostra: Os respondentes foram seleccionados através do método de quotas, com base numa matriz que cruzou as variáveis Sexo, Idade, Instrução (homens), Ocupação (mulheres), Região e Habitat/ Dimensão dos agregados populacionais. A informação foi recolhida através de entrevista direta e pessoal, em total privacidade, com base em questionário elaborado pelo Cliente e adaptado pela GfK Metris, a partir dos objetivos enumerados. Os trabalhos de campo decorreram entre os dias 10 a 24 de Setembro de 2018, e foram realizados por 28 entrevistadores, recrutados e treinados pela GfK Metris, que receberam uma formação adequada às especificidades deste estudo.